Daqui uns anos

Brincar e amar é só começar

Não sei se você assistiu a meu último vídeo aqui no @ateliematerno, caso não tenha feito ainda, convido você a assistir assim que acabar de ler esse texto.

Nesse vídeo, falei um pouco sobre a necessidade que temos de curar nossa criança interior para nos conectarmos melhor com a criança que está bem na nossa frente, nosso filho! Sem que isso aconteça, nossa conexão, nosso vínculo, vai ser mais difícil de acontecer.

Uma relação com vínculo é essencial para o desenvolvimento da criança. Em particular, ela faz com que a criança sinta que tem um lugar na filiação, que existe na sua família, que é um ser respeitado e protegido. Esse tipo de conexão é importante, pois dá a criança o sentimento de segurança e estabilidade. Um bom vínculo entre pais e filhos influenciará ativamente a construção da identidade da criança, de sua autoestima e de seu valor.

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Se você acha que construir esse tipo de vínculo e conexão com seu filho é muito difícil, tenho que te informar que definitivamente não é! E sabe o porquê? Porque não há maneira mais eficiente de fazer isso do que brincando. E brincar e amar é só começar. É só dar o primeiro passo. Para te ajudar a fazer isso, separei 4 brincadeiras para você fazer com seu filho para te ajudar nesse processo.

  • Jogo do esconde objeto.
    Aqui no consultório, eu comecei esse jogo dando o nome de biscoitinho queimado. Quando comecei a brincar de esconder objetos com uma criança em uma sessão, todas as vezes que ela achava o objeto dizia: biscoitinho queimado! Não me pergunte o porquê. Risos! Você também pode dar um outro nome a essa brincadeira. Ela é muito simples. Cada um escolhe um objeto para esconder. Enquanto um esconde o objeto, o outro fecha os olhos ou vira e costas. Depois o que ficou de olhos fechados, começa a procurar o objeto. Aquele que escondeu pode dar pistas com as palavras (quente ou frio – quente se estiver próximo do objeto ou frio longe). Essa é uma brincadeira que ajuda a criança a entender e lidar melhor com a angústia da separação (o medo que a criança sente de se separar da mãe). Ela não precisa se preocupar quando tiver que ficar na escola longe do pai ou da mãe, porque o papai e a mamãe sempre vão procurá-la (buscá-la) depois.
  • Amarelinha.
    Você já deve ter brincado disso. Caso ainda não tenha, essa é a chance da sua vida! Você vai precisar desenhar o chão com o giz, mas você pode utilizar fita crepe também. Uma busca e um click na internet e você vai ver como desenhar uma. Bom, sabe aquela curiosidade que você tem para descobrir como foi o dia do seu filho na escola e você sempre recebe aquele: tudo bem e ponto? Com esse jogo, vocês podem se fazer perguntas sobre o dia de cada um a cada jogada. Ou vocês podem escolher fazer perguntas mais gerais (o que gosta de assistir? O que gosta de comer? Qual seria a pior comida do mundo?) É um jogo de perguntas que irá ajudar você a criar melhor conexão e vínculo com seu filho. É um momento de conversa, sem a criança achar que está num interrogatório.
  • Jogo da surpresa.
    Para este jogo, você começa estendendo as mãos fechadas para uma criança e pede para que ela escola uma. Seu filho escolhe uma e enquanto ele tenta abrir a mão, você diz: “É um …” e faz algo surpreendê-lo como um abraço, um beijo ou algo divertido. Por exemplo, você pode dizer: “É um … abraço!” Então, quando seu punho estiver aberto, puxe seu filho para um abraço surpresa. Outras surpresas que você pode incluir no jogo são: beijo, cócegas, desarrumação do cabelo (pegue sua mão e bagunce seus cabelos), massagem, beijo esquimó, beijo de borboleta etc. Geralmente, com crianças, fazer uma ou duas rodadas de um jogo como ensaio é mais eficaz do que tentar explicar como o jogo funciona. Explique de forma simples e jogue uma ou duas vezes para demonstrar.
  • Basquete de meia.
    Não sei quanto a vocês, mas em casa as meias vão sendo abduzidas. De repente, uma some e fica um pé só. Geralmente, a gente acaba doando ou, às vezes, até nós descartamos mesmo. Coisa do passado, porque agora vamos usá-las para nos divertirmos. Pode apostar! Faça algumas bolas com pares de meias, pegue um balde ou uma lixeira de papel do escritório e pronto! As crianças podem se revezar atirando para marcar pontos. Arremessos de longe podem valer mais pontos, viu? A cada ponto comemorem, deem-se abraços! Pode parecer bobagem, mas na descontração também criamos vínculos com nossos filhos.

Monica Pessanha é psicanalista de crianças, adolescentes e mães, palestrante, coautora do livro EDUCANDO FILHOS PARA A VIDA e colunista na revista CRESCER. Mãe da Melissa, uma menina que ama ler. É o tipo de mãe que acredita que enquanto os filhos crescem, nós crescemos também.

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