Brincando que se aprende

Rivalidade entre irmãos

Oi oi oi!
Audrey Migliani aqui com você, importada da nossa newsletter!

Quem acompanha as redes sociais do Ateliê Materno  viu que a Carol postou recentemente um REELs sobre a rivalidade entre irmãos e nós achamos interessante vir aqui nesse nosso canal de comunicação aprofundar esse tema. Acreditamos que a rivalidade entre irmãos não deve ser encarada pelos pais como fracasso na hora de educar, muito pelo contrário!

Motoneta azul, na nossa loja virtual.

Como nós (pais e mães) podemos ajudá-los a se entenderem sozinhos?!

Especialistas em disciplina positiva recomendam que os pais não se envolvam nos conflitos entre irmãos. Quando a gente se envolve, as crianças nos enxergam como “juízes” que definem quem está certo e quem está errado.
O grande perigo dessa situação é que ela ajuda a criança desenvolver crenças negativas:
1) no “certo”: preciso “mandar” para estar certo; para ter poder;
2) no “errado”: preciso ser bonzinho para ser aceito; para ser amado.
Em nenhum dos casos o resultado é positivo já que são essas crenças que moldam a forma com a qual eles lidarão com os seus futuros relacionamentos durante a vida adulta…

Eu pesquisei o que alguns especialistas sugerem que podemos fazer para evitar que a gente se coloque nessa posição de “juízes” e, ao mesmo tempo, ajude nossas crianças a lidarem com os conflitos sozinhas. Empoderamento que fala, né?!

✔  Comece conversando MUITO com seus filhos enquanto estiverem em paz (sem conflitos) explique que você os amam muito; que os ama igualmente. Diga a eles que quando eles solicitam que você se envolva em seus conflitos você não se sente confortável, porque você não gosta de escolher entre apenas um lado da história já que você os ama da mesma forma! Afirme que você (mamãe ou papai) confia na capacidade deles em se entenderem e de se resolverem sozinhos.

✔  Estabeleça regras para esse “entendimento”: os relembre sobre situações desconfortáveis que passaram juntos durante discussões passadas e os ajude a terem um repertório de como agir em cada uma dessas situações, dê exemplos de alternativas que os ajudem a se acalmarem.
Decidam juntos enquanto estiverem tranquilos para que no momento da raiva eles saibam o que podem fazer. Por exemplo: “bater não é uma opção, mas quando vocês estiverem com raiva vocês podem [defina uma opção que seja coerente com os valores da família, não tem uma regra pra isso]…

✔  Relembre seus filhos das conversas que tiveram quando você explicou não gostar de se envolver nos conflitos entre eles.
Saiba que no momento crítico do conflito eles irão te chamar, você pode se abaixar, olhar nos olhos deles e dizer: “filhos, vocês se lembram que a gente conversou sobre isso? a mamãe ama muito os dois e confia que vocês podem resolver isso sozinhos…” Repita [com calma] quantas vezes for necessário durante a discussão hehehe

✔  Somente intervenha nas situações que estiverem realmente fora do controle!!!
Mas lembre-se: se envolva sem definir “um certo” ou “um errado”.
Apenas sinalize que eles estão muito nervosos, peça que eles respirem fundo e que conversem depois. 

Muito cuidado com irmãos de idades muito diferentes!

Nossa tendência é sempre culpar o mais velho por julgá-lo mais maduro e responsável, mas no mundo real nada é tão simples assim. Os especialistas recomendam que você aja da mesma forma com ambos, não importando sua idade.
Converse com os dois separadamente, diga que você o entende, mas que brigar não é legal, que ele precisa de um tempo sozinho para se acalmar.
Isso passará mensagem para os dois de que você não é um juiz (não está lá para julgá-lo e sim para acolhê-lo) e que ambos precisam controlar seus nervos na hora do conflito.

Recomendo que você leia Irmãos sim, iguais não!” e “a diferença entre criar 1 filho e criar 2”. Depois me conta o que achou deles, tá?!
Na legenda do Reels que eu te comentei lá em cima a Carol indicou alguns livros para que os pais se preparem intelectualmente e emocionalmente para ajudarem os filhos a lidarem com as situações conflitantes entre irmãos. Trouxe um resuminho deles para você, dá uma olhada:

1) Dois irmãos, por Milton Hatoum – O livro narra a história da relação conturbada entre dois irmãos gêmeos de uma família de ascendência libanesa que vive em Manaus.
O centro da história são as relações entre Yaqub e Omar com a mãe, o pai e a irmã narradas, trinta anos depois, pelo filho da empregada que morava na mesma casa da família.O enredo já foi adaptado para o teatro, virou história em quadrinhos e também uma minissérie, em 2017, que o tornou bastante popular. O romance foi vencedor do Prêmio Jabuti em 2001.

2) Os Irmãos Karamazov, por Fiódor Dostoiévski – Os quatro irmãos Karamazov são muito diferentes uns dos outros [lembra que te comentei sobre cada filho ser um ser humano diferente?]. No livro, cada irmão era impulsionado por diferentes filosofias que disputavam a preeminência na Rússia do tempo de Dostoievski.
Eu não conhecia esse livro, mas numa busca rápida no Google descobri que foi escrito em 1879!!! Ele é reconhecido como uma das mais importantes obras das literaturas russa e mundial. Também li que Freud o definiu como: “a maior obra da história“. Ou seja, Carol e Freud indicaram: já coloquei na minha wishlist hehehe

3) Irmãos sem rivalidade, por Adele Faber e Elaine Mazlish – Você já ouviu falar no livro “Como falar para o seu filho ouvir e como ouvir para o seu filho falar”? O “Irmãos sem rivalidade” foi escrito pelas mesmas autoras com o objetivo de ajudar os pais a resolverem conflitos entre irmãos de forma pacífica e oferecer a eles um repertório sobre:
✔ como ajudar os irmãos a conviverem bem;
✔ como tratar os filhos de forma diferente [já que são pessoas diferentes] mas com justiça;
✔ como libertar as crianças de rótulos;
✔ como agir positivamente no momento das brigas.

4) Irmãos, por Yu Hua – Nessa obra o  jornalista americano, Peter Duffy narra a história baseada em fatos reais dos irmãos judeus Tuvia, Asael e Zus Bielski que foram os heróis por trás do maior salvamento de judeus por outros judeus da história. Eles salvaram mais 1200 pessoas durante a Segunda Guerra Mundial!

Você já leu algum desses livros?!  Indica prazamiga que estão esperando o segundo bebê também?! Eu confesso que estou pensando seriamente se chegou o momento de ter mais um filho e já incluí essas sugestões na minha lista!!!

Além disso, como eu sou apaixonada por livros infantis, e AMO que minha filha tenha uma biblioteca em casa, pesquisei algumas sugestões de livros que podem ajudá-la no processo de se tornar uma irmã mais velha. Decidi compartilhar essa lista com você para que também possa ajudar a sua criança a lidar melhor com essa questão.
Lembre-se de checar a faixa etária indicada para o livro para escolher qual poderá ajudar mais seus filhos!

1) A Irmã do Gildo, por Silvana Rando
Sinopse: Esperar e compreender a chegada de uma irmã é sempre um processo que envolve muitas emoções, que passam por dividir a atenção da mãe, os brinquedos, as risadas, os gostos e, mais do que tudo, o amor um pelo o outro.
Esta é uma história que faz parte da vida de tantas crianças, contada por Silvana Rando com leveza e sensibilidade, e que também revela ainda mais os sentimentos de nosso querido Gildo.

2) Meu irmão, minha sombra, por Fabiana Rocha
Sinopse: Ganhar um irmãozinho ou uma irmãzinha é uma das coisas mais emocionantes que podem acontecer na vida de uma criança. O Bernardo também pensava assim, mas o irmãozinho dele, o Gustavo, não é bem o exemplo de um bebê fofinho, calminho e comportado. O Gus é um chulé grudado no pé, um carrapicho, um guarda-costas…
É praticamente a sombra do Bê! Será possível conviver com um irmão assim?

Narrado sob a ótica da criança, de um jeito poético e divertido, “Meu Irmão, Minha Sombra” expõe os anseios e alegrias de se tornar um irmão mais velho. Com texto sensível de Fabiana Rocha e ilustrações adoráveis de Bruna Assis Brasil, a história mostra o quão desafiadora e excitante pode ser a construção dessa relação fraterna, recheada de pequenos conflitos e grandes afetos.

3) Papai é Meu!, por Ilan Brenman
Sinopse: O que será que acontece quando duas irmãs puxam, uma de cada lado, os braços de seu pai? “Papai é meu!” nasceu de um fato real na vida do autor. Ficção e realidade se misturam nessa maluca história de ciúme e amor entre duas irmãs e seu pai.

4) Quando Você Não Está Aqui, por María Hergueta (traduzido por Marcia Leite)
Sinopse: Quando a irmã não está, ele se torna o rei da casa! A cama, os brinquedos, os amigos, a televisão, tudo é só dele. Não é preciso dividir nada com ninguém. Mas, de repente, todas essas vantagens desaparecem diante de uma pergunta inesperada: com quem eu vou brincar quando você não está aqui?

5) Quero Nascer De Novo, por Ilan Brenman
Sinopse:  Sofia vai ganhar um irmão, mas como ela vai lidar com o ciúme? Descubra nesta afetuosa história que nasceu de uma frase real dita pela filha do autor: “Quero nascer de novo!”.

6) Nós agora somos quatro, por Lilli Arronge
Sinopse: Tudo muda na vida desta família com a chegada de um novo pequenininho. De repente, a casa fica cheia de barulho, ninguém tem mais hora para dormir e há confusão por todo canto.
Com ilustrações delicadas e um texto escrito com palavras-chave, este livro mostra para adultos e crianças de todas as idades quantas alegrias e quanto amor um novo bebê é capaz de trazer.

7) Eu só só eu, por Ana Saldanha e Yara Kono
Sinopse: Já não era mais segredo que o menino queria tudo para si, só para si mesmo. O balanço no jardim, o papagaio colorido, o triciclo azul, o livro de histórias, o colo quentinho da mamãe. Até que uma surpresa acontece e muda a vida de toda a família. Com belas ilustrações de Yara Kono, esse irresistível livro de Ana Saldanha compartilha o lirismo e a comoção sentidos pelas crianças com a chegada de um irmão.

8) 10 Motivos Para Você Vir Logo Aqui em Casa, por Pablo Lugones

Sinopse: Quando esperamos ansiosos a vinda de alguém, o tempo se demora e ficamos imaginando mil coisas para fazer, falar e aprontar quando ele chegar. Neste livro, um menino espera uma companhia bem especial e constrói possibilidades incríveis para sua chegada. A cada virada de página apresenta um motivo para convencer seu convidado a vir logo à sua casa. Vamos descobrir quem está para chegar?

9) Um bebê vem aí, por John Burningham e Helen Oxenbury (traduzido por Marília Garcia)
Sinopse: A chegada do bebê se aproxima, e as perguntas que surgem em uma criança pequena são descritas, em “Um bebê vem aí”, com sensibilidade e humor. O livro traduz o amor, a empolgação e a confiança de um menininho, à medida que ele imagina vários futuros possíveis para seu irmãozinho ou irmãzinha. 

10) CUIDADO! Carlinhos Coelho e o misterioso devorador de livros, por Emily MacKenzie (traduzido por Thaíse Costa Macêdo)
Sinopse: Cuidado! Um misterioso devorador de livros está mordiscando os livros de Carlinhos Coelho. Que tal ajudá-lo a revelar a identidade desse vândalo das letras? As pistas estão por todos os lados: livros grandes, livros pequenos, livros quadrados, livros engraçados… com terríveis marcas de dentes. Caso o encontre, aproxime-se com cautela. Ou você poderá levar uma mordida também.

11) O túnel, por Anthony Browne
Sinopse: A história da aproximação de dois irmãos escrita e ilustrada por Anthony Browne. Era uma vez dois irmãos que não se pareciam em nada. A irmã ficava dentro de casa, sozinha, lendo e sonhando. O irmão brincava lá fora com seus amigos, rindo e chutando, bagunçando e rolando. E os dois brigavam o tempo todo. Até que um dia encontraram o túnel, e tudo mudou.
Anthony Browne é um dos mais cultuados autores-ilustradores de sua geração. Por seu trabalho na literatura infantojuvenil ganhou o Prêmio Hans Christian Andersen e a prestigiosa Medalha Kate Greenaway.

12) Eu nem ligo, por Marcia Leite

Sinopse: O livro ilustrado “Eu nem ligo”, de Márcia Leite e Jean-Claude Alphen, aborda, com sensibilidade, mas sem disfarces ou meias palavras, a difícil passagem que toda criança enfrenta ao se deparar com um novo papel na vida familiar: tornar-se irmão ou irmã de alguém. Um livro delicado sobre a descoberta das sensações genuínas que afetam o crescer, como o ciúmes, a solidão, a frustração e a aceitação.

Já ofereceu alguma dessas opções para sua criança?! 
Incluiria outra indicação nesta lista?!
Conte para gente nos comentários, vamos adorar conhecer mais opções!
Também gostaríamos de saber como você e sua família lidam com os conflitos entre irmãos por aí e o que acharam do nosso papo de hoje!

Audrey Migliani é arquiteta, pesquisadora e mãe da Rebeca.
A maternidade a fez descobrir uma nova paixão: o universo do desenvolvimento infantil. Em Ambiente Preparado, compartilha diariamente inspirações de ambientes seguros e respeitosos às crianças, unindo seus dois assuntos preferidos no mundo: educação e arquitetura.

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